21 de set. de 2011

SP de ontem, hoje e amanhã?

Grafitti na Brigadeiro e uma Verdade em fachada de cantina fechada
Depois de caminhadas à beira-mar na última semana, retornei as caminhadas à beira do mar cinza de São Paulo.


Saí de casa pensando em iniciar a caminhada noturna passando por locais que há tempos não passo.


O primeiro monumento pelo qual passo é o Teatro Municipal, que com sua nova iluminação externa se mostra aos passantes muito mais belo. Sigo pelo Viaduto do Chá e entro na Libero Badaró até chegar ao Largo São Francisco e vislumbrar o belo edifício principal da Faculdade de Direito da USP. Logo me vem a memória o período que compreende o final do século XIX e início do XX, época em que ali se formava a elite paulista e também brasileira, muitos viraram não apenas "doutores", mas também políticos e escritores. Posso citar nomes como Joaquim Nabuco, Fábio Konder, Ulisses Guimarães, Caio Prado Júnior, Plínio de Arruda Sampaio, Álvares de Azevedo, Décio Pignatari, Castro Alves, Mário Chamie, José de Alencar, Hilda Hilst, Monteiro Lobato e até o Luciano Huck e o Michel Temer!!!!
Hoje, os futuros advogados, que dificilmente se destacam ou atuam em outras áreas como antes (para ser mais exato vejo alguns advogados se tornando membros das falidas Academias de Letras, mas instituições falidas aceitam qualquer mané...), saem correndo do prédio com medo dos donos da rua que ocupam os lugares antes ocupados em grandes discussões ou meros saraus literários a dormir, mijar e cagar. Ao menos, os caras vivem em grupo... grupo que corre unido até o metrô ou aos estacionamentos. Mas paro por aqui, afinal, não vou tirar uma dos advogados a essa hora da noite, não é?! E repontuo, tenho amigos advogados e os admiro mas não poderia perder uma oportunidade destas!


Avanço e chego até a Brigadeiro Luís Antônio, onde enfrento aquela doce ladeira até chegar ao final da Major Diogo. Lá de cima olha a escuridão ao fundo e as luzes amareladas e desisto de descer. Sim, o medo sai da espinha e chega ao meu pescoço. Prefiro subir e entrar na Rua Pedroso e sair no começo da Rui Barbosa. Ali avisto o teatro Ágora e me lembro que o ator Celso Frateschi faz parte daquele coletivo... sinto vontade de vomitar, afinal ele foi secretário municipal de cultura e foi um horror, apesar de ter reformado a Galeria Olido e transformado ela em algo legar e um ou outro programa implantado na gestão dele.


Na Rui Barbosa avisto a Travessa dos Arquitetos. Belas casas onde moraria com prazer. Chego na região do Bexiga e presencio a decadência das cantinas, tirando algumas mais famosas como a C... que sabe, Roberto e mais duas que não lembro o nome, a maioria estava praticamente vazia. Sem contar o número incontável de estabelecimentos fechados.
Ao mesmo tempo, vi alguns restaurantes com comida nordestina, bares com nordestinos e pasme, um bar tocando pagode em pleno Bexiga! O mesmo acontece quando chego rua Santo Antônio, no início e no fim dela ainda existem algumas cantinas mas os botecos e pizzarias delivery já são maioria e seus frequentadores também são outros. Quem chegará lá depois dos nordestinos?


Finalmente, chego a Martinho Prado e percebo que ali termina o Nordeste daquela região. Vários prédios relativamente novos destoam dos pequenos prédios e casas do Bexiga e um novo arranha-céu se ergue na esquina. A velha sinagoga está em reforma para virar Museu e ao olhar ao lado vejo uma academia lotada. Não é uma academia tradicional. É uma academia de luta e lá está todo mundo treinando Artes Marciais. A maioria vivendo do modismo chamado MMA/UFC, mas tudo bem, estão se exercitando não é? Espero que muitos não virem "machões" encrenqueiros como os famosos pitbulls da noite carioca. Daquelas pessoas horrorosas que por estarem cheias de músculos querem sair batendo em todo mundo e vomitar asneiras preconceituosas.... 


No resto do caminho, passo por lugares comuns como o Kilt (um amigo me confidenciou que queria ir lá ver como era o castelo medieval por dentro! hahaha), Praça Roosevelt, COPAN e Praça da República para chegar em casa cansado para burro!




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