Mais uma vez retorno ao velho scriptorium.
Desta vez para elegê-lo como meu blog principal.
Não irei juntar conteúdos do blog recentemente recriado lá no UOL, mas também não o excluirei.
Nesse recomeço, recomendo o último texto da Luciana:
http://yannaywam.blogspot.com/
Ela fala de sua experiência com a educação artística, e invejoso que sou, e menos inventivo também, tenho a dizer que duas das lembranças mais vivas dos bons tempos de estudos ginasiais e colegiais são ligadas à educação artística.
No primeiro momento, lá estava a mais bela professora da escola trazendo as primeiras e últimas telas que eu pintaria.
Tela em mãos, tintas idem, fui à labuta.
O resultado para mim não foi dos piores, porém entre todos os alunos da minha classe o resultado era um só, conforme um dos diálogos que me lembro:
- William, o que é isso?
- Um coqueiro, dizia eu.
- Hummm....
- Parece um pé de maconha ou canabis (foi a primeira vez que liguei canabis com maconha!).
Ao chegar em casa com a obra de arte, pensei que seria compreendido... nada, novamente o pé de maconha veio à mente das pessoas.
Finalmente, num ato de coragem, no pequeno quarto minha mãe pendurou por anos meu quadro.
Quando mudei de Barueri e retornei para São Paulo, minha obra de arte foi para o cesto redondo...
O segundo momento foi anterior ao primeiro, mas me lembro bem dele!
À época, a mesma bela professora pediu para desenharmos livremente.
Lá fui eu, o jovem grão-mestre da arte moderna desenhar.
Não sei porque cargas d'água eu estava bastante sensível.
Lembro-me claramente de pensar em algo triste e em sofrimento. Admito que como bom melancólico hoje identificado, aquele sentimento ou sensação me persegue, e toda minha produção de vida, seja imagens (que nunca mais fiz) ou textos é afetada hora ou outro por ela.
Mas voltando....
Simplesmente radicalizei!
Fiz uma suástica nazista e coloquei um olho e lágrimas nela.
Hoje não consigo ser tão sintético como fui.
Esse desenho está em alguma pasta minha. Vou procurá-lo!
Luciana, veja o que você fez comigo, fez lembranças saltarem de dentro de mim!
Gostei!
Beijos e fica minha má escrita em homenagem ao seu grande texto!
William
Um comentário:
Agora estou a me perguntar sobre o fator 'tempo' e o fator 'arte'.
Será que a arte tem o poder sobre o 'cronos'?
Imagino que sim.
Bem, infelizmente os professores não compreendem muito sobre a nossa tão usada 'arte moderna'.
Daqui a alguns anos irão reconhecer nossos feitos e serviremos de inspiração para milhares de outros estudantes que se deparam com uma tela em branco e tentam de um modo diferente desenhar um coqueiro.
(risos)
.
A Vida sempre nos oferece uma tela em branco, espero que o Artista maior nos dê capacidade de usar os melhores tons e traços.
Abraços!!!!!
.
Obs* A história do coqueiro e a sua co-relação com a maconha foi hilária! rs
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