Acordo de as 9 horas. Aquela preguiça. Deitado fico.
Meu pai liga. Minha mãe vem para casa.
Havíamos combinado de ir no famoso “Torra Torra” da Rua São Bento, próximo a Praça da Sé comprar uma cortina para meu quarto, pois há uma fresta noturna que atrapalha que ali dorme, menos eu. Mas tudo bem, concordo que um quarto sem cortina não fica tão bonito.
Já no Torra Torra, aquele povaréu! Indo e vindo, sacolas lá, aqui e acolá.
E eis que entram na nossa sacola meias infantis (eu sou infantil, mas o receptor destas meias será meu sobrinho, o Tales) de R$0,76, negócio de segurar peito feminino por R$2,50. Óbvio que me empolgo e vejo uma calcinha preta toda brilhante e digo: a Lili vai gostar! (na verdade ela iria odiar!).
Depois de uma hora olhando a cortina eu acho que escolho a mais feia, mas a compro mesmo assim.
O resto é rápido: instalo a tal cortina e vou comer uma bela feijoada, afinal, Will sem comer não dá certo. Depois da feijoada deixo a mãe no ponto de ônibus e volto para casa. Aqui fico na internet, converso um pouco aqui, um monte acolá e aparece a CrisTIANE.
Falo que estou sem fazer nada e marcamos de ir no Center Norte assistir um filme e comer (ela, não eu!).
Lá assistimos Hancok! Surpreendente o filme é bom!!! E para dizer que não comi nada, compramos pipoca e refrigerante! Companhia agradável, com sorriso idem, voltamos para nossas casas, não sem antes eu pegar uma carona até o metrô mais próximo.
Já no metrô venho ouvindo Extol (Death Metal). Quando saio do metrô, chegando em casa vejo uma banquinha montada. Era uma senhora vendendo bolos. Ela tinha bolo de morango e chocolate. Não resisto e compro um e feliz venho para casa!
O caminho se acabou, mas a história ainda não.
Ao sair do cinema, me veio uma felicidade enorme, algo que senti ser bem parecido com a forma como o C.S. Lewis foi “Surpreendido pela alegria”. Em questão de segundos, minha vida passou por mim, e a vida que pensava eu que havia acabado um dia, os sonhos que não pareciam mais ter chance alguma de se concretizar parece que dos calabouços foram soltos, e analisando os últimos três meses de minha vida vi que realmente eu renasci.
Não mudei muito, é fato, não me livrei de alguns problemas intrínsecos a mim mesmo, porém, algo novo acontece. E até uma meleca de música dos Titãs me disse algo. “É preciso saber viver”. Reaprendi a viver. Estou vivo. A luta continua, mas não mais estou preso no isolamento do pecado, da escravidão e da dor. Vivo estou e só posso nesse momento louvar ao Senhor! E foi sentado em uma banco do Metro que o choro que eu ia ter ao lado da Cris na saída do cinema (ia ficar chato... Risos!) saiu levemente... Um choro de felicidade, um choro que prenuncia outros choros durante a vida, tanto faz se de felicidade ou tristeza serão, mas serão choros de um ser vivente!